segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Status do Design

Não concordo que uma imagem vale mais do que mil palavras. Afinal, em uma só palavra pode estar contida a ideia de mais de um milhão de imagens. Por isso vejo muita equivalência entre o valor da palavra e da imagem na história do homem, pois ambas possuem igual importância na tradução do mundo aos nossos olhos.





A palavra se mantém como forma de poder inabalável, desde o início da construção do primeiro ideal de sociedade. E a imagem, muito mais sujeita ao engano e a ilusão, vem ganhando progressivamente seu justo status.

Hoje, em um mundo globalizado, a língua é a primeira barreira encontrada na comunicação, enquanto os conteúdos das mensagens cada vez ficam mais próximos. Afinal, os assuntos e as inquietações da América do Norte estão cada vez mais parecidas com as Latinas, e vice-versa. O que é importante lá, como sustentabilidade, responsabilidade ecológica, lucro desmedido, vídeos do You Tube, etc. também é importante aqui.

Afinal, você seria capaz de acompanhar um chat qualquer e dizer qual a nacionalidade das pessoas envolvidas, descontando o auxílio do idioma? Acredito que não. E a cada dia que passa esta capacidade de identificar as diferenças geográficas entre as pessoas diminui, enquanto aumenta a certeza que estamos em uma aldeia global.

Nossas pinturas indígenas ainda podem ser diferentes em nossos rostos, mas o tambor que ouvimos é o mesmo, seja em Aparecida do Norte ou em Veneza.

E diante de um mundo assim, é através da imagem que a comunicação busca caminhos mais rápidos e eficientes para se estabelecer e fazer as trocas de experiências. Afinal ela é mais imediata e ultrapassa a barreira do idioma com facilidade. E é aí que temos a ascensão do Design como grande fonte de poder e de integração entre as pessoas, com o objetivo definido de aumentar a interação de todos com todos.

Logo, a empresa que não está atenta para este fato e não investe em Design, desenvolve produtos ou serviços para um mundo que não é este que estamos agora. Pois muitas vezes já vi esta disciplina vital ser colocada em mãos estagiárias, sob o pretexto de que qualquer um sabe operar um programa gráfico hoje em dia. Ou então, como é para nossos próprios funcionários, não é necessário fazer esta impressão tão sofisticada. Ou que a partir de agora o Jornal Corporativo será em duas cores, para dar uma folga no orçamento.

Até compreendo que o valor do Design seja de difícil compreensão para um povo que sempre esteve cercado por imensas belezas naturais, e nunca precisou forjar um visual agradável para viver. Afinal, para nós é só abrir a janela e ter uma inundação de verdes e azuis naturais dentro da sala, ou ir para a rua e ver corpos dourados feitos na régua e no compasso.

Mas não será por isso que devemos continuar na garantia da eterna beleza e na facilidade que o improviso nos deu até agora nas questões visuais.

Nossas empresas precisam assumir que a qualidade do design é proporcional a capacidade de entendimento e transmissão da mensagem. Por isso quanto maior a economia no visual de sua campanha interna (ou externa), menor adesão ela terá. 

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