sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sua Empresa Sustenta a Sustentabilidade?

O trenzinho da sustentabilidade (movido a carvão...) já partiu da estação faz tempo e segue passeando pelo mundo, recolhendo em cada parada diversos simpatizantes entusiasmados...

Desde setembro de 2011 a quantidade de pedidos do selo Leed de sustentabilidade, do Green Building Council Brasil (GBCB), vem crescendo progressivamente, ao ponto que atualmente a cada dia útil um empreendimento de construção civil solicita essa certificação no país.

Logo, concluímos: a sustentabilidade virou demanda de mercado. Com a inclusão da palavra sustentabilidade em um negócio se consegue vender mais rápido, mais caro e com mais velocidade. E é claro, diminuindo os riscos de investimento.

Por tudo isso, e mais um pouco, vem aí a Rio+20 – uma conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável que será realizada aqui no Rio de Janeiro, de 13 a 22 de junho desse ano. Esse nome, Rio+20, é por conta da comemoração dos 20 anos da Eco 92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também realizada no RJ em 1992), e terá o objetivo de firmar a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas no mundo.

Enfim, é todo o planeta junto fingindo que está interessado mais na sustentabilidade do meio ambiente em relação ao homem, do que no lucro financeiro que essa ideia está gerando... ok. Acreditamos. Mas tudo bem, a humanidade sempre sobreviveu por conta de suas novas ideias, faz parte do jogo que somos obrigados a jogar.

O problema é a tal da danada da incoerência, que o Endomarketing chega para descortinar e deixar pública. Pois enquanto esses megaempreendimentos da construção civil, que citei há pouco, anunciam - ao mercado - em seus materiais de venda todas as estripulias que faz para que sua implantação agrida quase em nadinha a natureza, para seu público interno nada disso é efetivado e muito menos anunciado.

Vejo grandes empresas de cosméticos, de assistência médica, de bebidas e de vários outros nichos propagandeando suas inúmeras ações sustentáveis, como também seus próprios produtos sendo fabricados de acordo com a filosofia de que o que é melhor para natureza é o melhor para nós. Só que internamente, em algumas dessas mesmas empresas, essa ideia não flui no mesmo rio desenvolvidamente sustentável.

E sobre essa questão, pode ter certeza absoluta, todos estão antenados. Tanto o cliente que está fora, comprando; quanto o funcionário que está dentro, trabalhando para tornar a venda possível. Logo, se uma organização deseja surfar nessa onda precisa, em primeiro lugar, buscar coerência em suas ações externa e internamente. Pois já sabemos que não adianta vender seu peixe limpinho, de águas claras para o mercado e outro podre e sujo para seu público interno, principalmente sobre esses assuntos!


Atenção ao uso de papel de impressão, papel higiênico, papel toalha, papel do material de venda/publicidade, itens de papelaria, itens de sinalização interna e os papéis que compõem arquivos. Atenção à forma que os funcionários se deslocam de sua casa ao trabalho (e vice-versa), pois é preciso estimular a redução das individualidades nesses deslocamentos. Atenção ao consumo de: água, energia elétrica, aparelhos de tecnologia, viagens, telefone celular e fixo. Atenção aos uniformes, os tecidos que são feitos, sua quantidade a cada funcionário e a necessidade de trocas para lavagem.

Atenção à limpeza dos ambientes, os produtos utilizados, a forma e a periodicidade que é realizada. Atenção ao lixo, sua produção e seu descarte. Atenção à sua logística. Atenção aos alimentos consumidos pelos funcionários e suas formas de preparação.

E para encerrar esse oceano de atenções, muito cuidado com seu discurso e suas atitudes, pois nesse mercado da sustentabilidade o limite entre o corporativo e o particular é muito difícil de ser definido, como também, uma vez definido e institucionalizado este moderno caminho não é possível mais o retorno às práticas antigas, da época da sacola plástica de supermercado. 
 
Afinal, como a natureza nos ensinou, toda a existência depende do equilíbrio, como até nesse caso: ótimos lucros e maravilhosa propaganda são proporcionais a grandes despesas e riscos imensos.

Um comentário:

  1. Gostei.
    Nossa agencia procura apresentar às grandes corporações soluções bacanas que também tem apelo sustentável.
    Aliás dois assuntos me levaram a escrever.O fato da sua área (endo mkt) e outro fator a sustentabilidade.
    Fazemos radio web ao vivo .Ferramenta de endo mkt e comunicação ecológicamente correta pois diminui consideravelmente a utilização de impressos.

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