Uma caravela surge lá no horizonte, depois outra e outra e mais dez. Nelas, vários homens brancos e barbudos olhavam para a praia, linda e assustadora. Estava repleta de seres morenos e estranhos, nus. E nesse encontro de dois universos, absolutamente desconhecidos e diferentes, a comunicação precisava acontecer.
Precisamos dar um tempo nesse Descobrimento do Brasil para deixar bem claro que, um dos objetivos primários da comunicação é a sedução. Pois somente uma pessoa seduzidamente envolvida pode se comprometer a realizar algo, e realizá-lo.
Pois bem, de volta à Ilha de Vera Cruz no dia 22 de abril, em meio a gritos em Tupi e em Português, vemos o Almirante ter uma grande sacada para poder se comunicar. Simplesmente, decidiu seduzir os índios, e não há nada que seduza mais alguém – de nativos a nórdicos – do que um brinde.
E foi assim que espelhos, panelas e panos; papagaios, conchas e colares, foram oferecidos reciprocamente e muito bem recebidos entre todos. E cá estamos nós, continuando a nos comunicar, depois de 512 anos.

O planejamento de um brinde deve ter algumas premissas básicas que surgem da consciência de que se trata de uma ação lúdica. E a partir daí, já partimos com a certeza que precisamos explorar o momento da entrega do brinde, é nele que está o sucesso ou fracasso da ação. Uma entrega mal resolvida nunca possibilitará o alcance do objetivo (brinde no fundo do armário).
Um dos maiores problemas com brindes, que minha experiência aponta, é no que se refere à aplicação de logomarca. Pois incrivelmente o Pantone perde a referência, o azul fica mais pra verde, o preto mais pra cinza e por aí vai. E tem também a forma da logo, que no papel timbrado é ótima, mas em uma caneta sextavada... não sei não, ficou toda torta. Logo, muita cautela nesse momento.
Outro fator de atenção é para o prazo de entrega, pois a gente acaba colocando buffet, gráfica, empresa de brinde tudo no saco de fornecedores e esquece que os prazos são muito diversos. Um brinde demora muito mais para ser confeccionado, e ainda com o agravante que, em algumas datas todas as empresas fazem brindes. Aumento de demanda, aumento de prazo e aumento de preço (!).
Uma premissa muito importante sobre brindes e que ninguém leva a sério é que: não importa o valor do brinde! Esse não é um fator determinante para o sucesso da ação! (É uma pena, mas ninguém entende isso.) Já falamos que o brinde é lúdico por natureza, e a fantasia, o infantil não está ligado a preço. Quantas vezes você não deu um presente caro para uma criança, que acabou gostando mais da caixa do que do presente em si.
A ação de oferecer TVs de 42” como brindes para os funcionários do chão de sua fábrica pode ser um fracasso, assim como oferecer sementes de girassol orgânico para sua diretoria um tremendo sucesso. O valor não determinada nada em relação a brindes.

Em outros casos, somente um fator destes é atendido, como por exemplo, meu objetivo é divulgar a marca agregando uma ideia de construção e de reforma. Para contemplar este objetivo vou oferecer como brinde um tijolo estilizado com minha logomarca. Ok, objetivo 100% atendido, mas, em um brinde sem nenhuma aplicação.
Esta equação é simples: chaveiro e caneta. Aplicações destes brindes, guardar chaves e escrever com tinta. Objetivos, divulgar a marca em objetos bem presentes no cotidiano e agradar clientes. Se bem que, nessa altura do campeonato, duvido que alguém se deixe seduzir por canetas e chaveiros. Na verdade, acho que nem os índios lá da época do descobrimento gostariam de ganhar isso. Pois criatividade e inovação são outros itens decisivos para o sucesso de seus brindes.
Muito bom. Simples e direto. Brindes tem que ser usados estrategicamente. E tem muita coisa besta. Uma vez, em uma empresa onde trabalhei, deram um bumerangue para divulgar um serviço que trazia benefícios de volta para os clientes. Ideia genial: bumerangue. Agora imagina mais de 1000 pessoas, em um call center, com bumerangue na mão? Todos querendo brincar ao mesmo tempo? Tivemos que segurar a onda da moçada durante o expediente... Parece piada, mas aconteceu...
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