quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A Importância da Linguagem na Comunicação Interna

Em Casa de Joana a banda toca assim: - Ô garoto malcriado! Vem cá! Num queria iogurti? Agora toma tudo até o fim, num vai dá pro cachorro não, seu capeta!

Em Casa de Tininha a relação é assim: - Ô meu filho, toma tudinho vai? Você pediu tanto, meu amorzinho, agora tem que tomar até o finalzinho. Você gosta tanto, não é, filhinho?

E agora? Existe uma linguagem mais apropriada que outra?  É possível afirmar em qual casa existe mais amor e mais dedicação? Uma oferece resultados mais positivos que a outra? Para as três perguntas, a resposta é não.

Sei que pode parecer estranho, mas é a realidade. Não podemos definir a aplicabilidade de uma linguagem em um ambiente desconhecido, e em nossos exemplos, não conhecemos a Casa da Mãe Joana e nem de Mãe Tininha, muito menos seus respectivos filhinhos. Logo, impossível um julgamento tecnicamente correto.

As empresas são diferentes entre si, e assim, suas linguagens para Comunicação Interna são necessariamente únicas e próprias. Além de mudarem conforme as transformações do ambiente externo e interno ao quais as organizações estão inseridas.

Desta forma, podemos afirmar que a linguagem adequada é a que está em perfeita consonância ao clima e à cultura organizacional. Por esta razão estamos diante de um organismo vivo, que muitas vezes atua como se tivesse vontade própria, que alcança cenários e desperta sentimentos impensados previamente, que se reproduz e cria novas expressões internas.

Por isso, para se falar internamente em uma empresa, com menos chances de erro de interpretação, é necessário estar dentro desta mesma empresa ou possuir muito conhecimento íntimo sobre ela. E é neste ponto que muitas agências de Comunicação derrapam em seus trabalhos iniciais em uma empresa, principalmente quando produzem o conteúdo e dispõem a linguagem; sem que o material em questão sofra uma grande análise técnica por parte de alguém capacitado e que viva cotidianamente a cultura e o clima da organização.

Gostaria muito de poder, neste momento, dar um elenco de linguagens viáveis e com menos possibilidades de erros de interpretação, mas isso é impossível. Afinal, são únicas.

Pois assim como existe a empresa adaptada à linguagem direta (poucos adjetivos, frases curtas e busca constante por simplicidade e franqueza), existe a empresa que se instalou com uma linguagem sentimental (excessivamente respeitosa, subjetiva e repleta de explicações de causas e efeitos) ou com uma linguagem moderna (uso de expressões do cotidiano, bastante conotativa e com ritmo veloz).

Agora, as identificações destas linguagens anteriores fui eu que dei somente como exemplos (moderna, sentimental e direta). E é importante dizer isso, pois como que se trata de uma questão tão própria e tão particular de cada empresa, cada um pode nomear sua linguagem do jeito que quiser, contanto que faça sentido.

Pode ser linguagem rocambole (positiva, otimista, doce e um pouco enrolada), linguagem telhado de vidro (muito substantivada, transparente, mas com diversos pontos vulneráveis) ou até a linguagem ejaculação precoce (cheia de pontuações e sem uma conclusão final satisfatória).

A verdade é que você pode aplicar a identificação que quiser à linguagem de sua empresa, só não pode é deixar de aplicá-la.  

Um comentário:

  1. Nas empresas em que trabalho costumo usar a linguagem direta:

    "Olha só, estamos indo para o buraco, se não trabalharmos juntos, amanhã estaremos todos procurando emprego."

    Como disse, em cada cultura essa informação é levada de alguma forma específica, com executivos, de uma forma mais comedida; com estudantes, mais informal; sempre fazendo uso da real situação para não passar uma mensagem errada para todos.

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