quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Pronto-socorro Corporativo

Passamos de um mundo de mudanças para um mundo em mudanças, constantes. E isso se reflete claramente em nosso trabalho, temos que fazer muito mais em menos tempo. Logo, como não somos bobos, criamos diversas práticas, estratégias e comportamentos para lidarmos da melhor forma com essa nova vida.

No sistema interno de som: Dr. Peixoto, Dr. Peixoto, lhe aguardam com urgência no setor de descompressão. E foi assim que Álvaro Peixoto abandonou sua mesa de cirurgia administrativa para socorrer aquela equipe, neste momento, já contaminada pela síndrome da última hora. Antes, uma troca de informação rápida no corredor.

O tempo se esgota para o malote ser recolhido, aquele que levará o órgão vital a ser transplantado e debitado. O telefone toca. Na recepção o representante da gráfica o aguarda. As contas precisarão esperar. O café esfriou. E o telefone tocou novamente...

Infelizmente, não estamos em um programa de plantão médico. Isso é a realidade de uma empresa normal, nos dias de hoje. Quando a situação ficou tão frenética que parece estarmos, muitas vezes antes mesmo de sair de casa, em pleno Pronto-socorro de um hospital. Onde, da análise da questão, passando pela decisão, até chegar à atitude temos somente algumas frações de minutos. É assim que vivemos, com a capacidade crítica trabalhando a todo o vapor. Essa é nossa cultura corporativa atual, quase nossa segunda natureza.

O problema é que corporativamente também trabalhamos com ideias, com ponderações que necessitam de tempo para se estabelecerem, só que para a maioria das pessoas julgar uma ideia virou um ato de reflexo. Pois o que buscamos em nosso Pronto-socorro cotidiano, na realidade, é uma opinião, um julgamento, que nos ditará a direção a seguir. Aí abaixamos a cabeça e seguimos, correndo.

Não temos tempo nem para o sepultamento das ideias abortadas, mortas antes mesmo de nascerem. Simplesmente as deixamos por aí, apodrecendo em fundos de gavetas, atravancando o caminho. E no final do dia, questionamos o pai da criação: Por que um trabalho tão infeliz?


Com toda a sinceridade, eu poderia escrever esse texto no estilo Pronto-socorro. E assim, ele já estaria pronto e publicado. Mas acho que ainda não ficou claro o suficiente, então, vou buscar mais referências. Analisei, parei, ponderei e continuei. Só assim consegui ver a necessidade de apresentar mais informações; e assim, encontrar essas manifestações históricas de nosso PS:

“A televisão não se aguentará em nenhum mercado por mais de seis meses. As pessoas logo cansarão de ficar olhando para uma caixa de madeira.” Daryl Zanuck – Presidente da 20th Century Fox – 1946.
“Acho que existe um mercado mundial para, talvez, cinco computadores.” Thomas Watson – Presidente da IBM – 1969.
“Não gostamos da música deles. E grupos de guitarristas já estão saindo da moda.” Decca Records ao rejeitar o grupo The Beatles – 1962.


Bem, agora sim, agora acredito que ficou evidente a necessidade de pensar em nosso Pronto-socorro, de valorizar seus pontos positivos e negativos, de analisar (com tempo!) a nossa posição nesse tabuleiro de urgências e quais os movimentos que devemos fazer para ganharmos esse jogo. Para quando a vitória for conquistada, também seja percebida, e vivida.

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