Na página 131 do livro Endomarketing de A a Z, de Analisa de Medeiros Brum, me deparei com uma história interessantíssima sobre motivação. E desde já, agradeço a autora por possibilitar tamanha claridade através deste exemplo simples e histórico, para um assunto muitas vezes relegado à sombra.
A história começa com Filippo Brunelleschi, um dos primeiros arquitetos que se tem notícias, que teve como desafio a construção da cúpula da Catedral de Florença. Devido as suas grandes proporções e singularidades, é considerada até os dias atuais uma das maiores expressões do renascimento, uma grande comunhão do homem com o poder divino.
Em 1418 foi lançada a concorrência para o projeto da cúpula, mas só em 1420 foi que os maiores arquitetos da época se reuniram para discutirem suas ideias e rirem de nosso personagem principal, Fillippo. Afinal, seu projeto era muito diferenciado para a tacanha época em que estavam.
Após muitas discussões, dúvidas e questionamentos, o projeto de Brunelleschi acabou vitorioso e ele ganhou a concorrência em questão. A partir daí, pesadas lajes de mármore deveriam ser transportadas, e depois içadas até o alto da catedral; tudo realizado por uma mão-de-obra temperamental e duvidosa do sucesso daquela empreitada.
E só para que você fique ciente da dificuldade apresentada, levaram sete anos até que ficasse pronto um navio capaz de transportar 100 toneladas de mármore de Pisa até Florença, para o início da construção. Só que depois de percorrer 25 milhas do percurso este navio afundou, não sendo possível resgatar a valiosa carga e outra precisou ser esperada.
Quando chegaram as lajes de mármore, Brunelleschi já estava doente e desejava terminar seu desafio antes do projetado, pois gostaria de poder ver sua obra acabada. Então, para apressar o trabalho, resolveu que os operários não deveriam descer das alturas, onde atuavam. Até o almoço era oferecido lá em cima, na própria área de trabalho, tudo com a intenção de aumentar a produtividade e acelerar o cronograma da obra. Obviamente, isso não deu muito certo. Afinal, eram humanos.
Em um belo dia, um dos operários estava fazendo aniversário e ele, o arquiteto chefe, mandou servir vinho para todos como comemoração. Na tarde desse mesmo dia, nosso personagem observou que todos estavam mais felizes, utilizando sua capacidade criativa, tendo melhores soluções para os problemas cotidianos de seus ofícios e, assim, trabalhando com mais rapidez e eficiência.
Brunelleschi passou a servir vinho a todos, todos os dias. E no começo da primavera de 1446, a cúpula da Catedral de Florença estava pronta, dentro do projetado, e até os dias de hoje encantando os apaixonados por arquitetura e arte.

Mas o que fica mesmo dessa história é a motivação que, quando efetiva e verdadeira sempre é fruto da criatividade, que vem a ser oriunda de uma observação atenta, sem medos e preconceitos. E também a importância dessa força motivadora que todos possuem, e que se transforma a cada situação, assumindo novas feições e posicionamentos. Tudo acontecendo de forma extremamente subjetiva e particular. Mas capaz de levantar uma Catedral!
Ah, nosso herói-arquiteto morreu poucos dias depois de ver sua obra acabada. E fim.
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