segunda-feira, 6 de maio de 2013

Bisbilhotagem Corporativa nas Redes Sociais

Sempre, desde que o primeiro apito tocou na primeira fábrica, muitas organizações se utilizam de um recurso chamado bisbilhotagem corporativa. Que lá no início devia ser feito no boca a boca mesmo, na base da fofoca. E do poder.

Mas, como a evolução existe para tudo e todos, a prática evoluiu e invadiu os consultórios médicos, quando questionários e exames admissionais perdiam o dever de serem sigilosos para ganharem a mesa do patrão.

Atualmente, este recurso ganhou um incentivo, o sucesso das redes sociais. Afinal é por meio delas que muitas empresas vasculham a vida de seus funcionários buscando desvios de conduta, principalmente, o consumo de drogas. E assim, este recurso se revelou barato, rápido, prático, abrangente e nada eficiente. Além de ser uma prática corporativa vergonhosa.

Por isso, peço a sua gentil licença para falar com essa empresa:

- Sei que para agir dessa forma você possui uma razão, e não quero entrar nesse mérito, pois a razão, o prejuízo, a avaria ou o que for, é seu. Por isso não posso avaliar, mas acredito que existe uma forte motivação para você ir tão baixo, corporativamente falando.

Você sabe que as redes sociais não foram feitas para isso. Você sabe que muitas vezes muitas pessoas negociam com a realidade, e vivem momentos bastante subjetivos em sua “vida real”; que não fica registrada ou escrita em algum lugar, como fica nas redes sociais, definitivamente. Por isso você pode se enganar de forma muito ampla ao tentar analisar uma pessoa, através do que ela escreve ou escreveu sobre si própria.

Toda atitude sorrateira é condenável, e você, empresa, sabe que não foi feita para isso (a não ser que seja uma empresa de investigação, mas esse caso deixaremos de lado). E seu funcionário, drogado ou não, é muito importante para você. E é justamente neste ponto que está o maior engano dessa prática, pois não devemos agir às escondidas com quem nos é estimado.

Por isso, lhe dou o seguinte conselho, abra o jogo. Faça uma campanha mostrando a SUA visão sobre as drogas, implemente palestras, matérias e anúncios em seus Canais de Comunicação. Se for o caso, faça avaliação médica em amostras de seu público interno, mas que isso seja feito às claras! Fale abertamente sobre as consequências que poderão advir. Demissão, afastamentos ou tratamentos, custeados por você mesma.

Bem, esse conselho é para lhe ver feliz, é para resolver uma séria questão corporativa sua. Pois ficar bisbilhotando somente amplia o problema, uma vez que estamos tratando – principalmente - de uma realidade mundial presente em todos os tempos da história da humanidade, que é a droga e a fuga da realidade.

Preste atenção, pois também existe o risco de através de uma xeretice bem intencionada (se é que isso existe), você acabar chegando a terrenos não desejados, surpreendentes, incriminadores e que pode muito bem lhe deixar imobilizada para tomar uma atitude correta. Por tanto, cuidado, muito cuidado com essa prática, que além de tudo isso que já falei também detém um grande poder quando revelada: o de transformar a dedicação e a confiança de qualquer funcionário em pó. 

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